Pouso Alternativo em Santo Amaro da Imperatriz



Em Florianópolis chuvia no começo do dia e a cidade estava cheia de nuvens, mas em SAI havia buracos azuis no ceu, apesar do teto baixo e aos poucos a nevoa subiu e o teto passou de mil, cumulos se formavam e de noroeste derivavam, alguns urubus apareceram e decolei cedo na rampa norte com vento noroeste fraco, perdi quase 100 metros na esquerda até conseguir uma termal que me tirasse da roubada, e fui ganhando devagarzinho cerca de 200 metros acima do morro queimado, forcei a barra para a vargem do braço, perdi muito na ida insisti até não poder mais pois achava que estava proximo da termal e nada, voltei mais baixo ainda e as decendentes pareciam maiores, quando cheguei no lado da rampa senti que se não ganhasse nada no caminho não conseguiria altura para ultrapassar as montanhas da meia serra, rapidamente me vi cercado pelas montanhas e não tive outra alternativa senão o de encarar pela primeira vez o pouso de emergência às margens do cubatão. apesar de ser um buraco dois são os pousos viáveis, um na margem sul, quase na curva do rio é comprido e fino com a cabeceira obsruída, Já o da margem norte portanto o da esquerda, dois potreiros conjugados, maiores e mais largos com a cabeçeira limpa, só que no primeiro o proprietário do aras ameaça processar por invasão de domicílio todoo piloto que pousar em suas terras, mas o espaço aéreo sobre o seu territorio rural é perfeito para se efetuar nele a aproximação final para o pouso no potreiro que vem logo a seguir, que é amplo o suficiente para suportar a aproximação e o pouso de uma asa careca, usei o paraquedas de arasto e senti alem da diminuição da velocidade uma puxada da quilha para o lado esquerdo, acelerei e fiz a última curva preocupado e a asa se comportou bem especialmente quando recebeu uma brisa contrária, perfeita para estolar a asa. O paraquedas estava com um cabo preso no suporte da camara fotográfica que a fixava na ponta da quilha, para minha sorte não aconteceu nada mas era para ter-me dado conta da possibilidade de problemas no comando e no risco de acidente.

Leste > Sudeste





Pela manhã na cidade a biruta indicava sul, as duas da tarde passei na cruz os coqueiros estavam de sueste, cheguei na lagoa com vento leste e as nuvens hora derivando de sueste,Kbça me conta do vôo do Zé Maria e Kvalo fizeram em SAI, Pedro águia falou com o o banana no celular ele estava voando no rio vermellho e queixava-se do vento sueste por lá, corri pra rampa e armei com a lagoa estriada de leste. o ratão do Banana logo apareceu e decolou ainda na minha frente graças a praticidade do parapente, fui atrás e trouxe junto o Bill e o Sadol que se animaram com a batalha da ganhada, logo depois chegou o Kbça agoniado com o trânsito lento e a hora passando, mas assim que chegou na rampa a condição acalmou e contrariando a regra normal das coisas retornou para sueste, parecia entrega de encomenda, apareceu um monte de pompons e ele estampou, acho que as rígidas gostam mesmo é de farofa, ganhou com uma facilidade que não tive, mas fomos juntos para a base. Não fosse a tribo botando pilha e eu teria perdido um belo e inesperado vôo de fim de tarde. Termais fortes e vôo liso, o pouso da lagoa que costuma ser casca grossa quando a deriva tem componentes de leste, hoje estava mansinho, parecia sulzinho.
Diz o Banana que amanhã vai rolar sul, então que seja Lagoa de novo.

Bateria de Asas















A decolagem foi em serie, Pedro Aguia, kbça e eu logo atrás, termal seca perto da rampa, semelhante às da lagoa mas em menor número.

Lagoa - Altos Vôos II











Afinal já era o terceiro dia de vento Sul, o vento que limpou o tempo e nos livrou das chuvas do leste, o sueste fortinho com rajadas da manhã iria diminuir, quem sabe quase parar? mantive a calma ao almoçar, mas as asas e parapentes começaram a decolar, trânsito intenso no céu azul, muita gente alta em termais secas e fortes derivando de sul, leste, nordeste, pra celesc, o entardecer nas baías norte e sul, das pontes e da cidade, vistas limpas e cristalinas de toda a ilha, de uma altura privilegiada, via-se o fundo das aguas do mar da lagoa e do ar. Acompanhei o rígido na tirada final pra praia mole e dunas.

Altos Vôos









Após o sufoco do engarrafamento na br - 101 e dos muitos desvios a Barca (Kbça, pedro aguia e eu) ja estava no Passa 20, próximo a liberdade dos ares de SAI, mas as árvores insistiam em de sul se curvar, o Pedreira la da lagoa confirma a previsão. o sul acabou de entrar, abortamos e voltamos pra lagoa, as nuvens e a pressão parecia aumentar, decolamos teto baixo mas de nuvem em nuvem, termal a termal e logo tinha uma galera nas termais do pouso que hoje estavam incrementadas com o calor das pessoas, dos carros e da feijoada que se fazia nas margens do pouso, o vôo foi evoluindo e as termais se sucedendo até a duna da joaca, proporcionando um belo vôo asas e parapentes se revesavam sobre a lagôa. Nas asas, Kbeça, Leandro, Sabia, Nando e Pedrinho também estavam lá, Bill, Sadol, Mathio e outros parapentistas militantes, entubando cada um na sua hora, com belos pousos apesar da turbulência no ar. No pouso enquanto colocava a asa no carro, ouvia um nativo que vagarosamente se deslocava, o tanquinho cheio de feijoada que cuidadosamente transportava, com aquele cuidado em não sacudir o alimento armazenado, não deslocar os grãos cuidadosamente acomodados, lesmamente se deslocava enquanto exclamava; Altos vôos, outro passo um gorjeio e outra exclamação aparecia; altos vôos,..lá de longe e ainda se ouvia, altos vôos...